quinta-feira, 16 de julho de 2015

PACIÊNCIA

16 de julho de 2015

“Poderia sempre o homem, pelos seus esforços, vencer as suas más inclinações?”
“Sim, e, frequentemente, fazendo esforços muito insignificantes. O que lhe falta é a vontade. Ah! quão poucos dentre vós fazem esforços!” (“O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec, Questão n. 909- Ed. FEB.)

Diante de certos problemas, algumas vezes, sua inteligência pode não indicar outra solução que não seja a submissão à Vontade de Deus, levando-o a aceitar as situações que não pode mudar. No entanto, nem sempre isso ocorre. Na maior parte dos casos você pode usar a paciência como uma virtude ativa, que lhe dará serenidade para providenciar a solução de problemas evitando tensões excessivas, irritação, cólera, ódio, medo, depressão e angústia, permitindo que você saia de situações aflitivas aprendendo e progredindo espiritualmente.

Dizem os dicionários que a paciência é: “o estado de perseverança tranquila”. Portanto, diante de situações adversas e aflitivas é indispensável manter o equilíbrio emocional e agir ou reagir com serenidade.

Você deve, então, esforçar-se para desenvolver o autodomínio ou autocontrole.

Como agir diante dos pequenos problemas que o afetam todos os dias?

Como conseguir o equilíbrio emocional junto a familiares, chefes ou subordinados que, por exemplo, recusam-se a assumir seus deveres ou se omitiram ou transferiram tarefas, e indevidamente o sobrecarregam?

O primeiro passo é a compreensão. Compreender o que está acontecendo.
Perceber o que querem as pessoas e por que agem daquela maneira. Se estão desequilibradas, se são inexperientes ou se têm má intenção.

O segundo passo é manter o sentido de realidade. Não exagerar o que está acontecendo, apavorando-se. Julgar com serenidade para saber o que fazer.

O terceiro passo é agir.
Movimentar providências e recursos para resolver o problema. Nessa fase, é fundamental o entendimento através do diálogo.”

“O exercício da paciência é fundamental para o seu bem-estar espiritual e necessita de outros estados mentais como: a obediência e a resignação como forças ativas”

Conversar claramente sobre a questão surgida para estabelecer como você deve agir junto para a necessária solução.

As conclusões tiradas do diálogo devem ser bem definidas, memorizadas ou até escritas para depois serem avaliadas, a fim de se saber se todos estão cumprindo sua parte no estabelecido.

Assim, você não terá no lar, no serviço ou no grupo uma falsa harmonia, construída sobre o injusto sacrifício.

Para ajudá-lo na compreensão mais ampla sobre a importância da paciência, trazemos de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, o seguinte trecho da mensagem de Um Espírito:

“Sedes pacientes. A paciência também é uma caridade e deveis praticar a lei de caridade ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste na esmola dada aos pobres é a mais fácil de todas. Outra há, porém, muito mais penosa e, conseguintemente, muito mais meritória: a de perdoarmos aos que Deus colocou em nosso caminho para serem instrumentos do nosso sofrer e para nos porem à prova a paciência.” (Cap. IX, Item 7, Ed. FEB.)

Mais adiante, na mesma obra, assim diz o Espírito Lázaro:

“A doutrina de Jesus ensina, em todos os seus pontos, a obediência e a resignação, duas virtudes companheiras da doçura e muito ativas, se bem os homens erroneamente as confundam com a negação do sentimento e da vontade. A obediência é o consentimento da razão; a resignação é o consentimento do coração, forças ativas ambas, porquanto carreguem o fardo das provações que a revolta insensata deixa cair. O pusilânime não pode ser resignado, do mesmo modo que o orgulhoso e o egoísta não podem ser obedientes. Jesus foi a encarnação dessas virtudes que a antiguidade material desprezava (…)” (Op. cit.-g.n.). (Destaque nosso.)

Como você pode concluir, o exercício da paciência é fundamental para o seu bem-estar espiritual e necessita de outros estados mentais como: a obediência e a resignação, devidamente entendidos como forças ativas.

No entanto, a vivência da paciência solicita de você o treino para o autodomínio. Alguns pontos para esse treinamento podem ser considerados:

1. Coloque suas emoções negativas para fora: irritação, cólera, ansiedade, medo.
2. Canalize a exteriorização das emoções negativas de forma positiva e construtiva: saia para dar uma volta, arrume uma gaveta ou armário, plante uma árvore, cuide de um vaso de flores ou folhagem, visite um doente, ouça uma música suave.
3. Não deixe a cólera crescer:
a. lembre-se de que você é um Espírito eterno e imortal e a cada momento tudo se transforma. Por que se agarrar a coisas, situações e pessoas do momento?;
b. você sabe que a impaciência representa um fator de ameaça à sua saúde: espiritual e física. Não deixe, então, que essa fagulha emocional se transforme em um incêndio avassalador. Claro que você não vai ficar friamente assistindo a erros, enganos e falsidades ou sendo por eles envolvidos. Mas, tenha em mente que a cólera, a irritação, os gritos, os gestos bruscos, as agressões verbais ou físicas nunca resolverão os problemas;
c. errar é humano, faz parte do processo evolutivo. Se você também comete erros, por que se enfurecer quando as outras pessoas também o fazem? Pare, pense, acalme-se e procure a solução;
d. o que impacientou você pode ser corrigido? Se pode, por que, então, irritar-se ou encolerizar-se?;
e. se você pode corrigir ou retificar o que o contrariou, não sufoque suas emoções. Use-as positivamente. Entusiasme-se na correção do erro em si próprio ou no semelhante;
f. se você se desentendeu com alguma pessoa: no lar, no ambiente de trabalho ou em qualquer grupo social e suas emoções se desequilibraram, é melhor não falar no momento; se possível saia do local, pois estabelecido o debate ao calor da irritação ou da cólera, não chegará a bom resultado. Primeiro esfrie a cabeça, reequilibre as emoções, somente depois estabeleça diálogo compreensivo e construtivo em busca da solução desejada;
g. suprima a cólera, tanto quanto possível, no seu início. Uma vez instalada, ela pode ser uma centelha, uma chama ou um incêndio destruidor;
h. não desejamos que você elimine suas emoções. Isso é impossível. Você acha que seria bom se nunca se irritasse, mas também nunca sorrisse ou se alegrasse? As emoções são básicas e necessárias em nossas vidas. Por isso, elas precisam ser canalizadas construtivamente.

Esforce-se para conseguir autodomínio equilibrado. Controle as emoções negativas, mas você deve exteriorizar e expandir as emoções positivas.

Construa, com a educação espiritual, um filtro de emoções que permita a passagem de emoções positivas e retenha as negativas.

CONCLUSÕES

I. Use a paciência como força ativa na construção do seu bem-estar físico e espiritual.
II. Organize uma lista das suas emoções negativas: cólera, irritação, medo, angústia e, gradativamente, procure diminuí-las.
III. Organize um plano específico para desenvolver as suas boas emoções e sentimentos, incluindo treino para o exercício da paciência em manifestações passivas e ativas.
IV. Cultive o autodomínio Você ampliará o “estado emocional de perseverança tranquila” para a solução dos seus problemas.
V. Exercite a meditação e a oração. Elas são fundamentais para a vivência da paciência.

“Bem-aventurados os pacíficos porque serão chamados de filhos de Deus.” Jesus (Mateus, 5:5.)

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